domingo, 18 de junho de 2017

Perdão das ofensas - continuação

B) Perdão das Ofensas  

Perdoar, em todas as línguas é doar, dar completamente. Denota totalidade, plenitude. 
Perdoar em grego é aphíemi, que quer dizer desligar, soltar, libertar.
Significado: Per doar = para doar; para dar, é o desprendimento, a liberdade de Espírito.
O perdão liberta. 

É necessário o treino constante do perdão, já que ofendemos e nos sentimos ofendidos.
Há o ditado popular: "errar é humano, perdoar é divino". Entretanto, se errar é humano, perdoar também tem que ser humano. Nós é que temos que resolver nossos problemas. Temos o hábito de dizer:
- Deus que me perdoe! Mas, Deus não tem que perdoar. Ele não se ofende. O perdão está relacionado com a ofensa. Se não há ofensa, não é necessário o perdão. 

ELE criou leis para regerem as nossas ações. Seremos felizes ou infelizes, de acordo com a nossa escolha. 

André Luiz, em psicografia de Chico Xavier diz: "Deus é Equidade Soberana, não castiga e nem perdoa, mas o ser consciente profere para si as sentenças de absolvição ou culpa ante as Leis Divinas. 

"Nossa conduta é o processo, nossa consciência, o tribunal".
Deus dá a cada um, de forma igual, os meios de aprimoramento, mas "a cada um será dado de acordo com as suas obras".
 No Pai Nosso, Jesus nos ensina: "Perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores", ou seja: colheremos aquilo que plantarmos. Se não perdoamos, como querer que as pessoas nos perdoem?

Outra crença popular que atrapalha a prática do perdão é a frase tão comum:
Perdoar é esquecer! ou, Quem perdoa, esquece!

Lembrar e esquecer são questões mnemônicas: se a nossa memória é saudável, não há possibilidade de esquecer nenhum acontecimento, seja ele bom, seja mau.

Não perdoar e guardar rancor é carregar um saco de lixo tóxico, prejudicando a nossa estrutura emocional e física, gerando doença num curto espaço de tempo.
 O Dr. Frederic Luskin, doutor em Aconselhamento Clínico e Psicológico da Saúde, afirmou que a raiva revelou ser um risco significativo para a doença cardíaca. Num estudo, constatou que 5 minutos de raiva enfraqueceram a reação imunológica dos participantes, a imunoglobulina salivar, uma medida comum da capacidade imunológica, que ficou diminuída por um período entre quatro e seis horas depois do episódio de 5 minutos de raiva.

Perdoar é enxugar o fato, retirando-lhe, do conteúdo, a energia nervosa. Ficará apenas o fato. Isso é perdoar. 

Simão Pedro, perguntou a Jesus:
- "Quantas vezes devo perdoar ao meu próximo, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?"
Ao que Jesus lhe respondeu: "Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete". 
Se multiplicarmos esses números, o resultado = 490 vezes.

Chico Xavier estava atendendo as pessoas, quando uma mulher que sofria com o marido alcoólatra, veio até ele e lhe disse:
 - "Chico, se eu contar as vezes que já perdoei meu marido nestes 30 anos de casada, dá mais de 490 vezes, sendo assim, já estou liberada!
Ao que Chico lhe respondeu:
- Emmanuel está aqui, do meu lado, dizendo que "Jesus mandou perdoar setenta vezes sete, cada ofensa que venha perturbar o nosso coração". Esse número é simbólico, significando que o perdão deve ser constante e incondicional, como Cristo nos ensinou em todos os atos de Sua estada entre nós, mostrando como se faz, fazendo.

Emmanuel, que foi contemporâneo de Jesus, na personalidade do senador Públio Lentulus Cornelius, conta que participou, como legado de César na Galileia, do julgamento de Jesus, a pedido do governador da Judeia, Pôncio Pilatos, e este tudo fez para livrá-lo da condenação, dando ideias, como, por exemplo, a de "substitui-lo por algum prisioneiro com processo consumado". Porém, tudo em vão. O povo preferiu perdoar Barrabás, e, num dado momento do flagício, Polibius, um ajudante do governador, comovido com os padecimentos de Jesus, foi falar-lhe pessoalmente para que ele pedisse indulgência ao governador.
Então, Jesus afirmou que, se quisesse, "poderia invocar as legiões dos seus anjos e pulverizar toda a Jerusalém dentro de um minuto. mas que isso não estava nos desígnios divinos e, sim, a sua humilhação infamante, para que se cumprissem as determinações das Escrituras".
Terminou na cruz, sacrificado entre dois ladrões, pedindo clemência para seus algozes, sem se ofender, compreendendo a ignorância reinante: "Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem!"



Leitura complementar aconselhada:

Livro do curso: págs. 79/80
Estudo impresso:  www.espírito.org.br
O Livro dos Médiuns - Cap. XXIII - questões 237 a 254
A Gênese - Cap. XIV - págs. 304 a 308

Minha fortaleza é você! - Mensagem 15/06/2017

Senhor:

               Minha fortaleza é você!

Por entre caminhos tortuosos, sob solo escorregadio e veredas alagadiças, ora em pé com pernas trêmulas procurando uma firmeza e segurança nos liames de beira de estrada, ora caído sobre o junco agreste que insiste em ferir-te o corpo; a alma clama por misericórdia e clemência. Nesses parcos, escassos momentos de lucidez tens consciência de quem és verdadeiramente na tua essência, recobras tua origem de criatura à procura do teu Criador e permites que a ajuda espiritual te erga, abasteça com energias curativas ...até que, incrédulo por força de velhos e nocivos hábitos voltas, voltas a perambular e a andar à deriva sem saber que rumo tomar, tateias de um lado para o outro, te deixas levar pelos rumores externos que, invariavelmente, te deixam desnorteado... e, assim vives nesses ciclos repetitivos que te trazem dor, sofrimento, decepções e desencantos, fazendo desta existência um palco de dramas povoado de tragédias vividas e/ou imaginadas.
A cada fase de tua vida procuras encontrar aqui, ali ou acolá justificações para essa jornada peregrina feita sem planejamento consciente do santuário final a que te diriges, sem consciência do tamanho da tua fé que te fará capaz de superar cada obstáculo, dificuldade na caminhada sem que te percas seguindo por atalhos que não te levam a lugar nenhum...
Quantas vezes já retrocedeste por enveredares por becos sem saída?!
Quantas vezes, ao recobrares os sentidos ou por permitires seguir tua intuição te deste conta que estavas a andar em círculos (por tempos indeterminados?)
Quantas vezes teu coração chora, solitário, clamando pelo Pai e não lhe "dás ouvidos"?! Por que não ouves a tua intuição e optas por uma (ou várias) razões externas e duvidosas?!
O véu do esquecimento recobre teu ser carnal ao ingressares nesta viagem existencial, porém, teu Espírito permanece impregnado das reminiscências da sua original essência Divina - sua verdadeira fortaleza.

Crês?! Ou, ainda, preferes continuar à deriva?!...
                                                                               Cá te espero... Sempre!

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Quem sou? Para o que vim? - Mensagem 25/05/2017

Quem sou? Para o que vim?
Passaremos nossos dias apegados a dúvidas e indagações que povoam os recônditos do nosso inconsciente, perpassam em trânsito livre para a nossa mente e são alimentados pelos nossos pensamentos?! Até quando deixaremos que esse "eu" ilusório tenha o domínio e o controle do nosso verdadeiro "Eu interior" criado e consubstanciado a Imagem Verdadeira do Pai?!
Para, olha para ti mesmo, observa o teu Patrimônio Divino - A VIDA - que, independentemente do que faças, segue seus desígnios fazendo com excelência o padrão criado pelo Pai.
Reflete, agora, o que tens feito na parte que te cabe?!... Onde e como "encaixas" tua atuação vivencial nesse "DNA DIVINO" de capacidades imensuráveis?!
Ah! Poderás estar a pensar na tua natureza humana a qual neste momento, neste plano terreno em que te encontras e que a ele te sintas limitado, influenciado e condicionado pelas (possíveis e ilusórias) facilidades da materialidade. Também, vez por outra, procuras encontrar as respostas para tuas inúmeras indagações (e que queres obter sempre respostas prontas à medida dos teus desejos pontuais, rápidos, de satisfação imediata) fora de ti mesmo e, ainda, sem a tomada de consciência da tua verdadeira origem e natureza Divina de Filho de Deus.
      "Posso, tudo posso, Naquele que me fortalece"!
Crês nestas palavras?! Por quê tanta resistência? Então, por quê tantas dúvidas?
       Jesus disse: "Homens de pouca fé..."
Te proponho mais uma vez, PARA, OLHA, REFLETE:
Qual é a condição a que submetes e restringes a TUA FÉ?!
Não te achas merecedor?! Te deixaste encarcerar em conceitos dogmáticos do "eu pecador me confesso"?!

Liberta-te definitivamente!

És um Ser Espiritual que caminha rumo à Vitória. O tamanho dos passos (largos, estreitos, ou até mesmo sem qualquer movimento, estanque nas incertezas e indagações) que imprimes nessa tua jornada evolutiva depende única e exclusivamente de ti!!

O que esperas? Toma o que tens de mais precioso em tuas mãos - TUA VIDA - e vem...
                                                         ... cá estamos a tua espera!

                                                       Muita Luz!!!


Oração da Proteção

Deus, meu amado Pai
sonda o meu coração.
Ele está aberto para Ti.
Tu conheces minha natureza,
E todas as minhas fraquezas.
Diante de ti, sou tão pequeno
Mas me engrandeço na Tua presença.
Na fé que me conduz ao verdadeiro caminho
Eu lhe peço, fique comigo.
Cubra-me com a Tua misericórdia.
Afague-me com o Teu abraço
E me sustente com a Tua mão.
O fardo é mais leve quando estou contigo.
A fé alimenta minha alma e me nutre de vida.

Querido Pai, guie-me para o caminho reto.
Envolva-me de bençãos e vitórias.
Confio em Ti e esperarei
Porque o melhor tempo é o tempo do Senhor.
Que o Espírito Santo esteja comigo
Em todos os momentos da minha vida
Envolvendo-me de proteção e luz.
Obrigada por me escutar, meu Pai.

                        Amém

sábado, 6 de maio de 2017

Santo nome de Jesus - Mensagem - 04/05/2017

Santo nome de Jesus

                                   Temperança, num tempo conturbado, onde prevalecem sinais evidentes de discórdia e dissintonias no sentido dos valores essenciais apregoados e vividos intensamente, ao extremo pela doação de Sua própria vida, por Cristo aquando da Sua passagem pela Terra. Tempo de Esperança, quando o que mais se sente por toda a parte, e, em cada olhar perdido, solitário de cada ser humano é a desesperança, a sensação de orfandade que afasta o homem de si mesmo, da sua origem sagrada do Pai Celestial.
Filho de Deus por que te perdeste de ti mesmo? Por que te esvais, dia após dia, da tua maior riqueza - tua ENERGIA DIVINA - andando à deriva sem rumo, te deixando levar pelos rumores, por falsas promessas e por desvarios viciosos e desvirtuosos das bem-aventuranças?!
Por que oscilas tanto, duvidas da tua verdadeira filialidade?! Apodera-te de ti mesmo. Nada, nem ninguém poderá fazer isso por ti, a não ser tu mesmo. Já perdeste TEMPO demais. Quantas e quantas vezes terás que voltar à Terra para assumires o compromisso que tens com a tua vida de Espírito?!
Está somente em tuas mãos a responsabilidade pela tua própria evolução.
Atenta para o tempo que se esvai, segundo a segundo, contabilizado pelo teu corpo marcado desde o teu nascimento, vivido em cada fase do teu crescimento e desenvolvimento físico, mental e intelectual, percepcionado pela tua alma que clama, incessantemente, para que lhe dês ouvido.
Passas a maior parte do teu tempo ocupado com as coisas do mundo. Entreténs-te, ora com os prazeres fugidios desligado da tua verdadeira essência Crística, ora desgostoso da vida que levas, vazia de sentido. Nem percebes quantos e quais os sinais que o Céu te envia, mas te afirmo que são constantes e repletos de bem-aventuranças. Confia, só assim poderás não só senti-los como também vivenciar tua vida plena.   
                                                       
                                                           Deus seja louvado!

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Estudo de Doutrina Espírita

A) Obsessão e Desobsessão

O que é a obsessão?

É o "domínio que alguns Espíritos podem adquirir sobre certas pessoas" (Kardec, O Livro dos Médiuns)
Trata-se, portanto, de problema crucial no campo da fenomenologia espírita, no que diz respeito à influência oculta dos Espíritos sobre os nossos pensamentos e nossas ações, produzindo um conjunto de fenômenos designado genericamente por obsessão. Ela consiste na tenacidade de um Espírito do qual não se consegue desembaraçar (Livro dos Médiuns).

Esse domínio parte sempre de Espíritos inferiores, já que os bons nunca exercem nenhum tipo de constrangimento sobre os demais:

"Os bons aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os escutam, preferem retirar-se. Os maus, pelo contrário, agarram-se aos que conseguem prender. Se chegam a dominar alguém, identificam-se com o Espírito da vítima e a conduzem como se faz com uma criança".

Não se trata de um problema novo, visto que a Bíblia, no Velho e no Novo Testamentos registra casos dessa natureza.

A linguagem do Universo é a linguagem do pensamento; nós captamos a presença e a influência dos espíritos pelas afinidades de pensamentos e sentimentos. Por isso a importância de termos sempre bons pensamentos e sentimentos e estarmos sempre em sintonia com a prece com o coração puro. Jesus disse: "ORAI E VIGIAI".
É muito importante o estudo constante e determinado dos Ensinamentos Crísticos. Nada se faz sem o conhecimento da nossa verdadeira origem - a espiritual. Há que se dedicar primeiramente à aprendizagem espiritual para passar, gradativamente, aos trabalhos mais efetivos do exercício da caridade.

Quais os tipos de obsessão existentes? 

Em virtude do grau de constrangimento e da natureza dos efeitos que produz, podemos classificar esse conjunto de fenômenos como:

Obsessão simples - o Espírito malfazejo impõe-se a um médium (a uma pessoa), de forma desagradável, dificultando as comunicações com os Espíritos sérios ou com os de nossa afeição. A ela estamos sujeitos diariamente. A obsessão se dá pela mente (de mente a mente); irradiam o seu pensamento até nós. Atraímos Espíritos que pensam como nós.
"Diga-me com quem andas, e eu te direi quem és". Em sequência cabe a pessoa aceitar se aceitar ou não a sua influência. Há que ter a atenção que eles só se ligam com os nossos defeitos.
Se aceitamos aqueles pensamentos e atos sugeridos, o obsessor aumenta o seu domínio sob o seu obsidiado e, assim, passa para a 2ª fase que Kardec chama de Fascinação.

Fascinação - quando o discernimento do obsediado fica prejudicado, a pessoa passa a ter dificuldade de discernir o bem do mal e passa a tomar atos ruins como sendo bons, que passa por ser "natural".
Portanto, as consequências são muito mais graves, levando a vítima a aceitar as doutrinas mais absurdas e as teorias mais falsas, como sendo as únicas expressões da verdade. Pode arrastá-la a ações ridículas, comprometedoras e até mesmo bastante perigosas (Livro dos Médiuns). A partir daí vem o 3º estágio, mais sério, a Subjugação.

Subjugação - o obsessor domina totalmente a vontade da vítima; muitas pessoas que estão internadas em casas de saúde mental sofrem esse processo; a pessoa comete atos reprováveis sem ter como evitar porque a influência do obsessor já é muito profunda. 

 Na subjugação ocorre "um envolvimento que produz a paralisação da vontade da vítima, fazendo-a agir malgrado (em desagrado) seu. Esta se encontra, numa palavra, sob um verdadeiro jugo", que pode ser moral ou corpóreo, levando o médium a atitudes absurdas ou aos atos mais ridículos que se possa imaginar, bem como a movimentos involuntários.

As obsessões - trata-se, portanto, de um dos maiores perigos (escolhos) da mediunidade, e um dos mais frequentes, constituindo-se "um obstáculo absoluto à pureza e veracidade das comunicações".

Causas gerais da obsessão, via de regra: problemas reencarnatórios; tendências viciosas; egoísmo excessivo; ambições desmedidas; aversão a certas pessoas; ódio; sentimentos de vingança; discussões e irritações; futilidades; apego ao dinheiro, etc.

Apesar do perigo da obsessão, Kardec observa que não há nenhum inconveniente em ser médium, pois o Espiritismo pode servir de controle e preservar o médium do risco incessante a que se expõe. É preciso, para isso, estudo e observação de certos cuidados para evitá-la ou tratá-la convenientemente, quando necessário. 
E, uma vez verificado o problema, há diversos meios de combatê-lo.

Para a obsessão simples, Kardec aponta duas medidas essenciais: 
  • provar ao Espírito que não foi enganado por ele e que será impossível deixar-se enganar;
  • "apelar fervorosamente ao seu bom Anjo e aos bons Espíritos que lhes são simpáticos, suplicando-lhes assistência" (Livro dos Médiuns, ítem 249)
Na fascinação há uma só coisa a fazer: convencer a vítima de que foi enganada e reverter a sua obsessão ao grau de obsessão simples, o que nem sempre é fácil, senão impossível, dada a própria postura do obsedado, refratário (desobediente) a qualquer conselho ou orientação. Quanto a subjugação corpórea, se trata mediante a intervenção de uma terceira pessoa, por meio de magnetismo ou pela força da sua própria vontade.
Em todos os casos, as imperfeições morais do obsedado é que são frequentemente um obstáculo à sua libertação. São elas que dão acesso aos espíritos obsessores. 

"O meio mais seguro de livrar-se deles é atrair os bons pela prática do bem". (Livro dos Médiuns, item 252)

A cura da obsessão, assim, revela-se uma autocura, que implica:
  • confiança em Deus e nas forças naturais
  • vigilância dos pensamentos, sentimentos e palavras
  • reformulação do conceito de si mesmo
  • mudança na maneira de encarar os semelhantes
  • manter a mente arejada e o pensamento sempre elevado 
  • desenvolver a fé 
Jesus, ao preceder a uma cura, advertia o beneficiado: "Vá e não peques mais, para que te não suceda coisa pior". (Lucas, 5:14)

Reside ai, a necessidade de cada um de reforma interior e de evangelização de suas atitudes.

Nossas provas não podem ser suprimidas pelos Espíritos, mas, na medida das oportunidades, devemos invocar o auxílio da Espiritualidade Superior.

"Buscai e achareis; pedi e obtereis; batei e abrir-se-vos- á". (Mateus, 7:7)

Sintetizando nossa absoluta necessidade de:
  • oração
  • vigilância permanentes
Leitura complementar :  Livro dos Médiuns - Capítulo XXIII 
A Gênese - Capítulo XIV






terça-feira, 2 de maio de 2017

Daí de graça o que de graça recebestes - continuação

B) Dai de graça o que de graça recebestes

"Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expeli os demônios; dai de graça o que de graça recebestes". (Mateus, 10:8)

"Dai de graça o que de graça recebestes", disse Jesus aos discípulos, recomendando-lhes, dessa forma, que não aceitassem pagamentos pela dispensa dos bens, cuja obtenção nada lhes houvesse custado, isto é, que nada cobrassem dos outros por aquilo que não pagaram. O que eles receberam, gratuitamente, foi a faculdade de curar os doentes e expulsar os "demônios", ou seja, os maus espíritos. Esse dom lhes fora dado de graça, para que aliviassem os que sofriam e ajudassem a propagação da fé e, por isso, lhes prescrevera o Mestre que não o transformassem em artigo de comércio, ou de especulação e muito menos em meio de vida.
Também disse Jesus: "Não façais pagar as vossas preces; não façais como os escribas que, a pretexto de longas orações, devoram as casas das viúvas". A prece é um ato de caridade, um impulso do coração, e ao fazer alguém pagar por esse ato de intercessão junto a Deus, em favor de outrem, é transformar-se em intermediário assalariado, tornando-se, assim, a prece uma simples fórmula, dependente da soma recebida.
Deus não vende os benefícios que concede, e seria absurdo pensar que poderia subordinar um ato de clemência, de bondade e de justiça, solicitado à Sua misericórdia, a uma quantia em dinheiro.
A razão, o bom senso e a lógica dizem que Deus, a Perfeição Absoluta, não pode delegar à criatura imperfeita o direito de fixar um preço para a Sua justiça. A justiça de Deus é como o Sol: para todo o mundo, tanto para o pobre como para o rico.

Como pode ser encarada a mediunidade séria?

A mediunidade séria não pode ser, nem será jamais, uma profissão, mesmo porque, e, sobretudo, no seu aspecto de concessão como prova, é uma faculdade essencialmente móvel e variável, não sendo, portanto, a mesma coisa que a capacidade adquirida pelo estudo e pelo trabalho, da qual se tem o direito de usar.
Sobretudo, a mediunidade curadora jamais deveria ser explorada, pois, como nenhuma outra, requer, com mais rigor, a condição de desprendimento e a capacidade de renúncia santificante. O médium curador é o veículo para a transmissão do fluido salutar dos Bons Espíritos e, nestas condições, jamais tem o direito de o vender.

Os médiuns, intermediários entre a Espiritualidade e o mundo material, verdadeiras pontes de ligação entre dois planos de vida, são os intérpretes dos Espíritos para a instrução dos homens, para lhes mostrarem o caminho do bem e trazê-lo à fé, mas não para venderem palavras que lhes não pertencem, de vez que não são o produto de sua concepção, nem de suas pesquisas, nem de seu trabalho pessoal.

Livro do curso: Curso Preparatório de Espiritismo - FEESP

domingo, 30 de abril de 2017

Estudos de Doutrina Espírita

A) Noções de Mediunidade

1) O que é mediunidade?

Mediunidade é a faculdade ou aptidão que possuem certos indivíduos denominados médiuns, de servirem de intermediários entre os mundos físico e espiritual.
A mediunidade é inerente ao organismo, como a visão, a audição e a fala, daí qualquer um pode ser dotado dessa faculdade.
É uma conquista da alma, daí, a necessidade de oração e vigilância, de reforma íntima, isto é, da substituição de defeitos e vícios, por qualidades e virtudes, de uma conduta moral irrepreensível, para que possa sintonizar-se com espíritos de hierarquia mais elevada.
Evangelizando-se, estudando muito, dando a cota de tempo de que possa dispor e, principalmente, seguindo lições como a que consta no Cap. XXVI, do E.S.E.: "Dai de graça o que de graça recebestes".

2) Quais são as consequências do estudo da mediunidade?

O estudo da mediunidade tem, segundo Kardec, as seguintes consequências:
"(...) provar materialmente a existência do mundo espiritual. Sendo o mundo espiritual formado pelas almas daqueles que viveram, resulta de sua admissão a prova da existência da alma e a sua sobrevivência ao corpo. As almas que se manifestam, nos revelam suas alegrias ou seus sofrimentos, segundo o modo porque empregaram o tempo de vida terrena; nisto temos a prova das penas e recompensas futuras. Descrevendo-nos seu estado e situação, as almas ou Espíritos retificam as ideias falsas que faziam da vida futura (...) Passando assim a vida futura do estado de teoria vaga e incerta ao de fato conhecido e positivo, aparece a necessidade de trabalhar o mais possível, durante a vida presente (...) em proveito da vida futura (...) A demonstração da existência do mundo espiritual que nos cerca e de sua ação sobre o mundo corporal, é a revelação de uma das forças da Natureza e, por consequência, a chave de grande número de fenômenos até agora incompreendidos, tanto na ordem física quanto na ordem moral. (Federação Espírita Brasileira)

3) Qual o principal inimigo do médium?

O primeiro inimigo do médium reside nele mesmo. Frequentemente é o personalismo (ação de atribuir tudo a si), a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento dos seus deveres à luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não raro, conduzem à invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos. 

"Contra esse inimigo é preciso movimentar as energias íntimas pelo estudo, pelo cultivo da humildade, pela boa vontade, com o melhor esforço de auto-educação, à claridade do Evangelho".

4) Por que o médium deve evangelizar-se?

A maior necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo, antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo (ação de atribuir tudo a si), em detrimento de sua missão.

5) Como se estabelecem as relações entre médiuns e Espíritos?

Estabelecem-se por meio dos seus perispíritos. A facilidade dessas relações depende do grau de afinidade existente entre os dois fluídos. Há uns que facilmente se assimilam e outros que se repelem; daí se conclui que nem todo médium pode comunicar com todo Espírito. Há médiuns que não se comunicam senão com certos Espíritos, ou com certas categorias de Espíritos, ao passo que há outros que o não fazem senão por transmissão do pensamento, sem quaisquer manifestações exteriores.
Pela assimilação dos fluídos perispirituais, o Espírito se identifica com a pessoa sobre a qual quer influir e não somente lhe transmite os pensamentos, como pode exercer sobre ela uma ação física. Os bons Espíritos servem-se dessa influência para o bem, os maus para o mal.

Leitura Aconselhada - Capítulo XIV do Livro dos Médiuns

sábado, 29 de abril de 2017

Necessidade da caridade segundo Paulo

A) Necessidade da Caridade segundo Paulo


Toda moral ensinada por Jesus, se resume em duas simples palavras: Caridade e Humildade, isto é, nas duas maiores virtudes em que devemos concentrar todas as nossas forças em desenvolvê-las, se pretendemos  erradicar de nosso espírito o egoísmo que até hoje nos mantêm presos às teias da ignorância.

O Mestre Maior de todos nós não se limitou apenas a recomendar a caridade, põe-na como condição absoluta para a conquista da felicidade futura, assegurando-nos que as ações empreendidas pelos caridosos com certeza lhes assegurarão uma melhor posição no futuro quando a justiça divina nos chamar para a prestação de contas, como nos ensinou também em outra oportunidade "a cada um segundo as suas obras".

A Caridade Segundo Paulo

"Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, e não tiver caridade, sou como o metal que soa, ou como o sino que tine. E se eu tiver o dom da profecia, e conhecer todos os mistérios, e quanto se pode saber; e se tiver toda a fé, até ao ponto de transportar montanhas, e não tiver caridade, não sou nada. E se eu distribuir todos os meus bens em o sustento dos pobres, e se entregar o meu corpo para ser queimado, se, todavia, não tiver caridade, nada disto me aproveita. A caridade é paciente, é benigna; a caridade não é invejosa, não obra temerária nem precipitadamente, não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. A caridade nunca, jamais há de acabar, ou deixem de ter lugar as profecias, ou cessem as línguas, ou seja abolida a ciência. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três virtudes: porém a maior delas é a caridade". (Paulo, I Coríntios, 13:1-8 e 13)

Segundo Paulo, quais as características da caridade?

Paulo compreendeu tão profundamente esta verdade, que coloca a caridade acima da fé, porque a caridade está ao alcance de todos, do ignorante e do sábio, do rico e do pobre; e, ainda, porque independe de toda a crença particular. E define a verdadeira caridade, mostrando-a não somente na beneficência, mas no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo.

"Fora da caridade não há salvação", essa máxima de Paulo é reforçada em 1860 em Paris, numa comunicação, dizendo: "Pois nela estão contidos os destinos dos homens sobre a terra e no céu, porque aqueles que a tiverem praticado encontrarão graça diante do Senhor".
Encerrando a sua mensagem, traz a exortação:

"Meus amigos, agradecei a Deus, que vos permite gozar a luz do Espiritismo. Não porque somente os que a possuem possam salvar-se, mas porque, ajudando-vos a melhor compreender os ensinamentos do Cristo, ela vos torna melhores cristãos. Fazei, pois, que, ao vos vendo, se possa dizer que o verdadeiro espírita e o verdadeiro cristão são uma e a mesma coisa, porque todos os que praticam a caridade são discípulos de Jesus, qualquer que seja o culto a que pertençam".


B) Parábola do Bom Samaritano

"E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês? E respondendo ele, disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. E, disse-lhe: Respondeste bem; faze isto e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? E, respondendo Jesus, disse: 'Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou ao largo. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar; e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão. E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e pondo sobre sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. Partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar'.
"Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: o que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira". (Lucas, 10:25-37)

Na parábola do Bom Samaritano, considerado herético (herege= ateu; ímpio; incrédulo), mas que naquele momento pratica o amor ao próximo, Jesus coloca-o acima do ortodoxo (aquele que está em conformidade com os princípios tradicionais de qualquer doutrina) que falta com a caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas designa como condição única. Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e também porque significa a negação absoluta do orgulho e do egoísmo naquele que a pratica.

Procuramos entender o que significam vários personagens citados por Jesus na "Parábola do Bom Samaritano". Cairbar Schutel, diz ser o viajante ferido, a humanidade saqueada de seus bens espirituais e de sua liberdade, pelos poderosos do mundo; o sacerdote e o levita, aqueles que não se preocupam com os interesses da coletividade; o samaritano que se aproximou e atou as feridas, é Jesus. O azeite, o símbolo da fé, e, o vinho, é o espírito da sua Palavra; os dois dinheiros, são a caridade e a sabedoria.

Muitos cresceram ao praticar o bem, com o uso do livre-arbítrio; outros, ainda hoje estão lendo as páginas belíssimas em que se afirma que "fora da caridade não há salvação"; e há os que desejam ser os samaritanos de hoje e que sabem também, que o verdadeiro espírita e o verdadeiro cristão, são uma só pessoa.

Explicação complementar para melhor compreensão do tema:

Levita - os levitas se tornaram ministros de Deus. Dentre eles, alguns eram sacerdotes (família de Aarão) e os outros, seus auxiliares. Embora os sacerdotes fossem levitas ("descendente de Levi", que era um dos 12 filhos de Jacó), tornou-se habitual separar os dois grupos. Então, muitas das vezes em que se fala sobre os levitas no Velho Testamento, a referência se aplica aos ajudantes dos sacerdotes. Seu serviço era cuidar do tabernáculo (espécie de tenda ou barraca móvel; a planta dessa espécie de "barraca" montada no deserto foi dada por Deus a Moisés, que comandou a sua construção) e de seus utensílios; inclusive carregando tudo isso durante a viagem pelo deserto.

Samaritano - o povo samaritano não se considera um povo judeu, e sim descendentes dos antigos israelitas que habitaram a histórica província de Samaria. Os Samaritanos eram considerados impuros pelos judeus.


Amor e Sabedoria

O sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita. No círculo acanhado do orbe (globo, mundo) terrestre, ambos são classificados como adiantamento moral e adiantamento intelectual, mas, como estamos examinando os valores propriamente do mundo, em particular, devemos reconhecer que ambos são imprescindíveis ao progresso, sendo justo, porém, considerar a superioridade do adiantamento moral sobre o adiantamento intelectual, porquanto a parte intelectual sem a moral pode oferecer numerosas perspectivas de queda, na repetição das experiências, enquanto que o avanço moral jamais será excessivo, representando o núcleo mais importante das energias evolutivas".(Emmanuel)

Emmanuel retomou o assunto para lembrar que o túmulo é uma porta à renovação, assim como o berço é acesso à experiência, e que nosso estágio na Terra é uma viagem com destino às estações do progresso maior. E advertiu: "sem noção de responsabilidade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável a peregrinação libertadora para os Cimos da Vida".

Eis providências que não poderiam faltar nas metas que traçamos relativamente à nossa própria existência, nem deveriam ser ignoradas pelos pais no que se refere ao processo educacional de seus filhos.

Parentesco corporal e espiritual - continuação

B) Parentesco corporal e espiritual

"Os laços de sangue não estabelecem necessariamente os laços espirituais. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porque este existia antes da formação do corpo. O pai não gera o Espírito do filho: fornece-lhe apenas o envoltório corporal. Mas, deve ajudar seu desenvolvimento intelectual e moral, para o fazer progredir".

"Os Espíritos que se encarnam numa mesma família, sobretudo como parentes próximos, são o mais frequentemente Espíritos simpáticos, ligados por relações anteriores, que se traduzem pela afeição durante a vida terrena. Mas, pode ainda acontecer que esses Espíritos sejam completamente estranhos uns para os outros, separados por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem também por seu antagonismo na Terra, a fim de lhes servir de prova.

Quais são os verdadeiros laços de família?

Os verdadeiros laços de família não são, portanto, os da consanguinidade, mas os da simpatia e da comunhão de pensamentos, que unem os Espíritos, antes, durante e após a encarnação. Donde se segue que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem, pois, atrair-se, procurar-se, tornar-se amigos, enquanto dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, como vemos todos os dias. Problema moral, que só o Espiritismo podia resolver, pela pluralidade das existências.

Quais são as duas espécies de famílias existentes?

Há, portanto, duas espécies de famílias: as famílias por laços espirituais e as famílias por laços corporais. As primeiras, duradouras, fortificam-se pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das diversas migrações da alma. As segundas, frágeis como a própria matéria, extinguem-se com o tempo, e quase sempre se dissolvem moralmente desde a vida atual.

O que Jesus quis dizer com a expressão "eis minha mãe e meus irmãos"?

Foi o que Jesus quis fazer compreender, dizendo aos discípulos: "Eis minha mãe e meus irmãos", ou seja, a minha família pelos laços espirituais, pois 'quem quer que faça a vontade de meu Pai, que está nos céus, é meu irmão, minha irmã e minha mãe'.




sexta-feira, 28 de abril de 2017

Casamento e divórcio

A) Casamento e Divórcio

Atraímos e somos atraídos irresistivelmente por pessoas com quem tenhamos laços significativos. Amor e ódio ligam os espíritos através dos séculos, às vezes milênios. Essas ligações podem ser interrompidas quando o sentimento de amor é elevado, e cada um pode continuar a sua escalada evolutiva individual, sem se enredar no apego; ou podem ser sanadas ou terminadas quando há o perdão ou o entendimento entre os contendores. A palavra perdoar, no sentido que nos é trazido nos Evangelhos, tem justamente este significado: desligar.
Então, se é verdade que podemos ser atraídos por pessoas "certas", como quem nos afinizamos, também é verdade, e muito mais comum em nosso estágio evolutivo, que somos atraídos por espíritos que reencarnam próximos de nós para que nos reajustemos uns com os outros.

A maior causa das obsessões crônicas são os problemas amorosos: traições, abandono, rejeição, assassinatos passionais.

Não podemos subir um degrau evolutivo sem superar a prova equivalente ao degrau em que estamos. Se esta prova é um relacionamento difícil, não podemos simplesmente fugir dela. Isso é adiar essa prova para um futuro provavelmente com circunstâncias mais difíceis.

Somos responsáveis pelos nossos afetos e pelos compromissos que firmamos. O abandono destes compromissos acarreta, inevitavelmente, "carma" entre as pessoas envolvidas. Quando o casamento envolve filhos, são mais espíritos envolvidos, quase sempre obedecendo a um planejamento da espiritualidade maior que cuidou para que tivéssemos oportunidade de nos reunirmos sob o mesmo teto na tentativa de re-harmonização. Numa mesma família se reencontram inimigos ferrenhos, rivais de muitas existências, cúmplices de crimes praticados contra outros membros da família.
A família é o laboratório espiritual na Terra.

Nosso entendimento ainda é primário, somos crianças espirituais. Se uma criança, no caminho da escola, foi convidada a dar um passeio em boa companhia - matar aula - em vez de ir à escola, ela muito provavelmente achará isso bem mais interessante do que ficar sentada aprendendo coisas. Mas a aula que ela está perdendo lhe fará falta; o que ela precisa hoje, na sua idade, é estudar, e isso pressupõe a presença obrigatória em sala de aula.
Por isso é importante tentar até onde for possível.

As pessoas que encontramos fora do casamento podem nos parecer muito interessantes unicamente pelo fato de estarmos entediados, desgostosos ou decepcionados com o casamento. Quando estamos carentes não precisa muito para despertar uma paixão, que é facilmente confundida com um grande amor.

Podemos encontrar, realmente, alguém com quem tenhamos laços de amor.
Cada pessoa sabe de si - ou deveria saber - e cada um deve saber até que ponto é possível manter um relacionamento conjugal.
Todos têm o direito de novas chances, de tentar de novo, afinal, ninguém nasce para sofrer. Mas há que se pesar com muito cuidado os prós e contras.

A separação constitui atitude que nunca deve ser assumida antes de profunda análise e demorada meditação que levem à plena consciência das responsabilidades envolvidas.

A criatura humana precisa tomar muito cuidado com as chamadas "lesões afetivas", pois ninguém tem o direito de brincar com os sentimentos de ninguém. Precisa amadurecer, preparar-se para o amor e se educar, para ser feliz. Toda atitude de leviandade, mormente no campo sentimental, é uma dívida dolorosa que o indivíduo vêm a contrair. 

O Espiritismo não é doutrina do não e sim da responsabilidade.

Viver é escolher, é optar, é decidir. Somos livres para escolher, mas responderemos por essa escolha. Na lei divina, a semeadura é voluntária; mas a colheita é sempre obrigatória.

Leitura complementar: 
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XXII 
Livro: O Espiritismo Aplicado - Introdução ao tema, págs. 76 a 82
Livro: Fronteiras do Espiritismo e da Ciência - págs. 124 a 127; 139-140; 144 a 146

Evangelho no Lar

B) O Evangelho no Lar

Lar, a nossa primeira escola, quando o Espírito tem a oportunidade de vestir a roupagem da inocência e da candura, passando pela fase do esquecimento e chega às mãos dos pais, na graça e na ternura de uma criança.

Jesus disse: "A paz do mundo começa entre quatro paredes". Seremos lá fora, no grande campo de experiência pública, aquilo que aprendermos no Lar.
Cabe aos pais, através da prática constante dos ensinamentos de jesus edificar ser "Lar" nos alicerces profundos e firmes do Amor e da comunhão familiar.

Disse Jesus. "Onde estiverem duas ou mais criaturas reunidas em meu nome, eu entre elas estarei".(Mateus, 18:20)

Estudo do Evangelho de Jesus em reunião familiar:

  • é precioso empreendimento que traz diversos benefícios às pessoas que o praticam
  • permite ampla compreensão dos ensinamentos de Jesus e a prática destes, nos ambientes em que vivemos
  • ampliando o conhecimento sobre o Evangelho, pode-se oferecê-lo com mais segurança ao próximo, colaborando-se para a implantação do Reino de Deus na Terra
  • as pessoas, unidas por laços consanguíneos, compreenderão a necessidade da vivência harmoniosa, buscando, pouco a pouco, superar possíveis barreiras, desentendimentos e desajustes, que possam existir entre pais e filhos, conjugês e irmãos
  • através do estudo da reencarnação, compreenderão que, aqueles com quem dividem o teto, são espíritos irmãos, cujas tarefas individuais, muitas vezes, dependerão da convivência sadia no ambiente em que vieram a renascer
  • aqueles que, desde cedo, têm suas vidas orientadas pela conduta cristã, evitam, com mais facilidade, que os embriões dos defeitos que estão latentes em seus espíritos apareçam, sanando, desta forma, o mal antes que ele cresça
  • se, porventura, tendências negativas aflorarem, apesar da orientação desde a infância, encontrarão seguros elementos morais para superá-las, porque os ensinamentos de Jesus tornam-se fortes alicerces para a sua superação
  • com o estudo do Evangelho de Jesus aprende-se a compreender e a conviver na família humana
  • mais conscientes de que somos espíritos devedores perante as Leis Universais, procuramos nos conduzir dentro de atitudes exemplares, amando e perdoando, suportando e compreendendo melhor os revezes da vida
  • quando o Culto do Evangelho no Lar é praticado fielmente à data e horário semanal estabelecido, atrai para o convívio doméstico Espíritos Superiores que orientam e amparam, estimulam e protegem a todos
  • a presença de Espíritos Iluminados no Lar afasta aqueles de índole inferior que desejam a desunião e a discórdia
  • o ambiente torna-se posto avançado da Luz, onde almas dedicadas ao BEM estarão sempre presentes, quer encarnadas, quer desencarnadas
  • as pessoas habituadas à oração, ao estudo e à vivência Cristã, tornam-se mais sensíveis e passíveis às inspirações dos Espíritos Mentores
Roteiro para realização do Evangelho no Lar - consultar a última página do E.S.E.

Obs.: No culto do Evangelho no Lar deve ser evitada manifestações mediúnicas. Sua finalidade básica é o estudo do Evangelho de Jesus para o aprendizado cristão.
Os casos de mediunidade indisciplinada devem ser encaminhados a uma sociedade espírita idônea (Centro Espírita credível).

As crianças devem, também, participar do Culto. Nesses casos, os adultos tecerão os comentários ao nível de entendimento delas.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Desertos sem fim - Mensagem - 23/03/2017

                                                                               Desertos sem fim,
assim caminhas há tanto tempo... continuas com passos, ora largos, ora estreitos e cambaleantes, por vezes chegas a desmorecer e cais em prantos, desnorteado, a sentir a ardência do calor que te queima as entranhas mais profundas. O que fazes nesses momentos de extrema aflição? A quem ou a que recorres?! Normalmente, lanças mão daquilo a que tens acesso que, por ventura está ao teu redor, outras vezes, buscas resquícios reminiscentes de amor que ainda encontras à superfície da tua alma e, mesmo não acreditando ser merecedor de recebê-lo, em desespero de sobrevivência nele te apoias para te levantares... e, assim segues, vezes sem conta, caminhante inseguro de pernas tremulas sempre receoso de voltares ao chão.
Tens vivido numa procura incessante de ajuda exterior que te faça encontrar a saída da imensa vastidão desse deserto que sentes não ter fim.
Não percebes, porém, que o que tens feito não é senão admitires a ti mesmo a tua impotência frente à tua própria vida.
Irmão, não achas que já basta?! Que já perdeste tanto tempo, olha para ti mesmo... já se foram tantas vidas... Atenta para a proposta Divina, para cada estadia por estas paragens, ela não é senão a de crescimento, florescimento do Espírito para o desabrochar da sua pureza original de filho do Pai na vida eterna.
Por que teimas em continuar nessa condição de peregrino do deserto se tens o paraíso no teu próprio Ser de filho de Deus?! Vira-te para o teu Altar interior, manancial inesgotável de tudo que necessitas para saciar a ti próprio e para doar a todos aqueles que, tal como tu, ainda carecem de ajuda.
Vem. Não esperes mais. Agora é a hora.
Sabes, agora, o Caminho. Caminho de verdes prados, fontes inesgotáveis e seara farta.
Estamos, há muito tempo, a tua espera, rejubilantes por teres deixado para trás o ilusório deserto sem fim.

                                                           Louvado seja Deus!



Jesus no Lar

       A)  Jesus no Lar

A palavra evangelho vem de duas palavras gregas, que quer dizer “Boa mensagem” ou “Boa Notícia” ou “Boa Nova”.

O primeiro culto do Evangelho no Lar foi realizado por Jesus, na casa de Simão Pedro, conforme nos relata o Espírito Néio Lúcio no livro Jesus no Lar.
Naquela ocasião, o Mestre levou todos os presentes a refletirem que, se não conseguissem viver em harmonia no próprio lar, com seus entes mais próximos, como podemos intentar viver em paz fora do lar?

“Povoara-se o firmamento de estrelas, dentro da noite prateada de luar, quando o Senhor tomou os Sagrados Escritos e, como se quisesse imprimir novo rumo à conversa que se fizera improdutiva e menos edificante, falou com bondade:
- Simão, que faz o pescador, quando se dirige ao mercado com os frutos de cada dia?
O apóstolo pensou por alguns momentos e respondeu-lhe hesitante:
- Mestre, naturalmente, escolhemos os peixes melhores. Ninguém compra os resíduos da pesca.
- E o oleiro? Que faz para atender à tarefa que se propõe?
- Certamente Senhor, redarguiu o pescador intrigado, modela o barro, imprimindo-lhe a forma que deseja.
O amigo celeste, de olhar compassivo e fulgurante, insistiu:
- E como procede o carpinteiro para alcançar o trabalho que pretende?
O interlocutor, muito simples, informou sem vacilar:
- Lavrará a madeira, usará o enxó e o serrote, o martelo e o formão. De outro modo, não aperfeiçoará a peça bruta.
Calou-se Jesus por alguns instantes, e aduziu:
- Assim, também, é o lar diante do mundo. O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira aos seus propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranquila sem que o lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendermos a viver em az, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se não nos habituarmos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante?
Jesus relanceou o olhar pela sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou:
- Pedro, acendamos aqui, em torno de quantos nos procurem a assistência fraterna, uma claridade nova. A mesa de tua casa é o lar de teu pão. Nela, recebes do Senhor, o alimento para cada dia. Por que não instalar ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e no pensamento? O Pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, envia-nos a luz através do Céu. Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a fartura começa no grão. Em razão disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a multidão, mas, sim, no singelo domicílio dos pastores e dos animais.
Simão Pedro fitou no Mestre os olhos humildes e lúcidos e, como não encontrasse palavras adequadas para explicar-se murmurou, tímido:
- Mestre seja feito como desejas.
Então Jesus, convidando os familiares do apóstolo à palestra edificante e à meditação elevada desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na Terra, o primeiro culto cristão no lar.”

Jesus deixava, assim, um roteiro seguro para nossas vidas e para o fortalecimento dos laços familiares.

Independentemente do credo que se professe esta reunião semanal da família para o estudo do Evangelho é imprescindível, além dos benefícios pessoais, esta prática torna Jesus presença constante em nossos lares, assim como afasta toda influência negativa.

André Luiz, no livro "Os Mensageiros" nos diz: "Quando no Lar são levantadas paredes espirituais com substâncias sublimes do amor, dedicação e ligação com Jesus, isolando o lar da atmosfera miasmática da crosta, somente entram nesse ambiente, Espíritos autorizados, mesmo assim, aqueles que o guardam, terão que abrir a porta".

Por isso quando abrimos nossa casa e nosso coração para o Evangelho estamos acendendo a luz no lar e fazendo com que as trevas batam em retirada.

O Evangelho segundo a Doutrina Espírita - Continuação

B) O Evangelho Segundo o Espiritismo

"O Espiritismo arrancou o Evangelho das sombras místicas das concepções dogmáticas e o apresentou ao povo, indistintamente, aberto e refulgente, expressivo e edificante, como a força que mais poderosamente realiza transformações morais, no mais íntimo das almas, e impulsiona os homens para as luzes da redenção."

                                                              Edgar Armond, no livro "O Redentor"

Por que o Espiritismo prega o Evangelho?

Porque sabe que sem ele não passaria de uma doutrina estéril; poderia responder a muitas indagações e corresponder a muitos anseios da alma humana, mas sem o Evangelho, o Espiritismo, assim como todas as outras religiões, não a fecundaria para o bem e para a moralidade.
Já afirmou Jesus em seu Evangelho:"Toda a árvore que meu pai não plantou, será arrancada e jogada ao fogo". Por estas palavras ele preconiza a extinção de todas as religiões que não seguirem o roteiro luminoso do Evangelho. Assim, para que o Espiritismo se torne a árvore frondosa, a cuja sombra revigorante se abrigue a humanidade, é necessário que seus adeptos pautem seus atos, por insignificantes que sejam, pelo Evangelho. Do contrário, o Espiritismo também se tornará uma árvore seca, como tantas outras.


O que é o livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo?


  • foi publicado em abril de 1864
  • dá explicações das máximas morais de Cristo de acordo com o Espiritismo, explorando suas repercussões filosóficas e éticas
  • foram reunidos nesta obra os artigos que podem constituir, um código de moral universal, sem distinção de culto
  • as instruções dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho
  • entre as cinco obras básicas codificadas por Allan Kardec, é a que dá maior enfoque a questões éticas e comportamentais do ser humano
  • traz, ainda, um estudo sobre o papel de precursores do cristianismo e do espiritismo que teria sido desempenhado por Sócrates e Platão, analisando diversas passagens legadas por estes filósofos que demonstrariam claramente essa condição
Enquanto o Livro dos Espíritos apresenta a Filosofia Espírita, o Livro dos Médiuns a Ciência Espírita, o Evangelho Segundo o Espiritismo oferece a base e o roteiro da Religião Espírita.

Na introdução Kardec explica o objetivo da obra, esclarecimentos sobre a autoridade da Doutrina Espírita, a significação de muitas palavras frequentemente empregadas nos textos do Evangelho, a fim de facilitar a compreensão do leitor para o verdadeiro sentido de certas máximas de Cristo.

Ainda, na introdução, refere-se a Sócrates e Platão como precursores da Doutrina Cristã e do Espiritismo. 

A obra compõe-se de 28 capítulos, 27 dos quais dedicados a explicação das máximas de Jesus, sua concordância com o Espiritismo e sua aplicação às situações da vida.

O último capítulo apresenta uma coletânea de preces espíritas, sem tanto constituir um formulário absoluto.

Os ensinamentos são adaptáveis a todas as pátrias, comunidades e raças. É o código de princípios morais do Universo, que restabelece o ensino do Evangelho de Jesus, no seu verdadeiro sentido, isto é, em Espírito e Verdade.

Sua leitura e estudo são imprescindíveis aos espíritas e a todos que se preocupam com a formação moral das criaturas, independentemente, da crença religiosa.
É fonte inesgotável de sugestões para a construção de um mundo de PAZ e FRATERNIDADE.

Leitura sugerida: Introdução do E.S.E



quarta-feira, 12 de abril de 2017

A Parábola do Semeador

A) A Parábola do Semeador

O que é uma parábola?

O termo "parábola" provêm do grego parabole que indica a colocação de coisas uma ao lado da outra para fins de comparação.
Jesus usava constantemente parábolas no exercício do ministério de Seu ensinamento.
A originalidade das parábolas de Jesus não consiste tanto em seu conteúdo como na finalidade que ele tem em mente ao contá-las. Para Ele é mais do que apenas recurso didático destinado a iluminar e esclarecer o significado de algum texto bíblico; é antes de tudo uma forma de proclamação - as parábolas são a própria pregação.

As parábolas são narrativas dos seres humanos interagindo nas questões sociais, políticas e econômicas.
Jesus falava de um modo simples, para que todas as pessoas entendessem sua mensagem, contando histórias e fazendo comparações - as parábolas.
Jesus observava o que acontecia no dia-a-dia com as pessoas e tirava lições disso para ensinar a todos.
Jesus falou a seus discípulos. "Muitas das coisas que vos digo ainda não as compreendeis e muitas outras teria a dizer; que não compreenderíeis, por isso é que vos falo por parábolas. Mais tarde, porém, enviar-vos-ei o Consolador; o Espírito da Verdade, que restabelecerá todas as coisas e vo-los explicará todas". (Jo, 14 e Jo, 16)

Ler: O Evangelho Segundo o Espiritismo, págs. 26-27
https://evangelhoespirita.wordpress.com/

A parábola do Semeador

"Naquele dia, saindo Jesus de casa, assentou-se à borda do mar. E vieram para ele muitas gentes, de tal sorte que, entrando em uma barca, se assentou; e toda a gente estava em pé na ribeira. E lhes falou muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis aí que saiu o que semeia a semear. E quando semeava, uma parte das sementes caiu junto da estrada, e vieram as aves do céu, e comeram-na. Outra, porém, caiu em pedregulho, onde não tinha muita terra, e logo nasceu porque não tinha altura de terra. Mas saindo o sol a queimou, e porque não tinha raiz, se secou. Outra igualmente caiu sobre os espinhos, e cresceram os espinhos, e estes a sufocaram. Outra enfim caiu em boa terra, e dava fruto, havendo grãos que rendiam a cento por um, outros a sessenta, outros a trinta. O que tem ouvidos de ouvir, ouça". (Mateus, 13:1-9).

Como se pode comparar as sementes da parábola às diferentes categorias de espíritas?


  • ouve a palavra e não a entende, vem o mau e arrebata o que se semeou no seu coração - este é o que recebeu a semente junto da estrada
  • ouve a palavra e a recebe com alegria mas como não tem raíz em si mesmo, chegando as angústias e perseguições, ofende-se - este é o que recebeu a semente no pedregulho
  • ouve a palavra, porém os cuidados deste mundo e o engano das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutuosa - este é o que foi semeado entre espinhos
  • ouve a palavra e a entende, e dá fruto; e assim um dá cento, e outro sessenta, e outro trinta por um - este é o que recebeu a semente em boa terra 
A parábola da semente representa perfeitamente as diversas maneiras pelas quais podemos aproveitar os ensinamentos do Evangelho. Quantas pessoas há, na verdade, para as quais eles não passam de letra morta, que, à semelhança das sementes caídas nas pedras, não produzem nenhum fruto.

A semente é a palavra de Deus.

A "santa semente" é a partícula divina que cada um de nós tem dentro de si, o nosso Cristo interno. O nosso Cristo interno é a manifestação de Deus na existência - tudo o que existe é manifestação de Deus. O Cristo que cada um tem dentro de si, à espera de desenvolvimento, é essência de Deus manifestada na existência.



sexta-feira, 7 de abril de 2017

O Valor da Prece

B) O Valor da Prece


O que é a prece?

"A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar Nele; é aproximar-se Dele; é pôr-se em comunicação com Ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer." (L.E., 659).

Quando orar?

Devemos orar no começo e no fim de cada trabalho: no começo para elevarmos nossa alma e atrairmos os Espíritos esclarecidos e bons, e no fim, para agradecermos os benefícios e ensinamentos que houvermos recebido.

Como devemos orar para que a prece tenha valor?

Seja a nossa prece curta, humilde e fervorosa, muito mais um transporte do nosso coração do que uma fórmula decorada. A prece, para ser eficaz, não deve ser uma recitação, mas um ato de vontade capaz de atrair as boas vibrações do Plano Espiritual e as irradiações do Divino Foco.
A prece deve ser improvisada de preferência, porque assim a preocupação com o que estamos dizendo, prende a nossa atenção e favorece o nosso desprendimento. Não é a quantidade de palavras que representa o verdadeiro sentimento da criatura.
"A prece deve ser cultivada, não para que sejam revogadas as disposições das leis divinas, mas, a fim de que a coragem e a paciência inundem o coração de fortaleza nas lutas ásperas, porém necessárias. A alma, em se voltando para Deus, não deve ter em mente senão a humildade sincera na aceitação de sua vontade superior." (Emmanuel, p.19)

Qual é o valor da prece?

"Ninguém pode imaginar; enquanto na Terra, o valor, a extensão e a eficácia de uma prece, nascida na fonte viva do sentimento." (Mediunidade no Lar, mensagem de Emmanuel)

O "Pai Nosso" é a que por consenso ocupa o primeiro lugar, quer porque foi ensinada pelo próprio Mestre, quer porque a todas pode substituir, conforme o pensamento que se lhe atribui. É o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade em sua simplicidade. Apesar de breve, resume nas suas sete proposições todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo; é uma profissão de fé, um ato de adoração e de submissão, o pedido de coisas necessárias à vida e o princípio da caridade.

Leitura complementar: Livro dos Espíritos, questões: 658 a 666

sexta-feira, 31 de março de 2017

O Maior Mandamento

A) O Maior Mandamento

Marcos 12:28-34

28 Um dos mestres religiosos que ouviam a discussão compreendeu que Jesus tinha respondido bem e perguntou-lhe: "De todos os mandamentos, qual é o mais importante"?

29 Jesus respondeu: "Aquele que diz:´Ouve, ó Israel. O Senhor teu Deus é o único Deus. Não há outro!  30 Ama-o de todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente com todas as tuas forças´! 31 O segundo é: 'Ama os outros, como a ti mesmo'. Não há mandamentos maiores do que estes".

Lucas 10:25-28

Certa ocasião, um perito na lei levantou-se para pôr Jesus à prova e lhe perguntou: "Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna?"
"O que está escrito na Lei?" respondeu Jesus. "Como você a lê?"
Ele respondeu: "Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento' e 'Ame o seu próximo como a si mesmo". Disse Jesus: "Você respondeu corretamente. Faça isso e viverá".

Mateus 22:34-40

"Mas os fariseus, tendo sabido que Ele fizera calar os saduceus, se reuniram em conselho. E um deles, que era doutor da lei, para o tentar fez esta pergunta: Mestre, qual é o grande mandamento da lei? Respondeu Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante ao primeiro é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Estes dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas."

Nesses dois mandamentos, Jesus resumiu toda a Lei Divina, todos os dez mandamentos recebidos por Moisés no Monte Sinai.
Quem ama a Deus sobre todas as coisas, confia na vida, confia nos homens, confia em si, visto tudo e todos serem criações dessa Inteligência Suprema, que elaborou leis justas, sábias e misericordiosas que regem toda a sua obra.
Quem já tem a sensibilidade de percebê-Lo na Sua obra, na matéria inorgânica, nos seres vivos, na harmonia que regula as forças do Universo, tudo indicando uma causa e fins inteligentes, sente dentro de si, uma força confiante na vida, no futuro, que lhe estimula a vontade de progredir sempre, mais e mais; de caminhar sempre para frente, porque sabe que tem um futuro feliz, uma perfeição a ser alcançada, pela inteligência, que tudo pode descobrir, saber, e no sentimento pleno do amor, que o faz sentir-se sempre ligado a todos os seres.

O amor a Deus, na aceitação das Suas Leis, leva o homem a desenvolver em si o amor ao próximo, seus familiares, vizinhos, amigos, colegas, pessoas que vê nas ruas, porque vê em todos, filhos de Deus como ele, pessoas que sonham, trabalham, amam, tentam resolver seus problemas, suas dificuldades, nas lutas de todos os dias, errando, acertando, mas sempre no esforço de viver, como todo filho de Deus, cada um nas suas possibilidades, e todos no mesmo caminho do progresso, da evolução permanente.

Quem ama a Deus, ama seus irmãos, e quem ama seus irmãos ama a Deus. Não se pode amar a Deus e desprezar Seus filhos, Sua obra. Não se pode amar o próximo sem amar a Deus, que é o Seu Criador.
E esse amor a Deus e ao próximo levam os homens a praticar a caridade, que é o amor em ação, a única via de salvação, ou seja, da libertação da ignorância, do apego à matéria, da imperfeição, na transcendência espiritual.

Assim entendendo, Allan Kardec escreveu que todos os deveres do homem se encontram resumidos na máxima:

"Fora da caridade não há salvação", que ele constituiu para lema do espiritismo.

Aprendendo mais sobre o tema:

A palavra testamento significa aliança. Aliança (velha aliança) de Deus com profetas (notadamente Moisés) e Jesus (nova aliança).
Moisés, grande profeta do Antigo Testamento.

Decálogo - assim são chamadas as "dez palavras" que Moisés escreveu nas duas tábuas de pedra, e que continham as obrigações fundamentais da Aliança.

Mandamentos são os princípios éticos transmitidos por Deus aos homens de todos os tempos, através de emissários chamados profetas. Foram sintetizados no Decálogo, o qual Jesus não veio derrogar, mas sim aperfeiçoar.

1º Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas.

O primeiro mandamento estabelece que devemos amar um único Deus, que, segundo o Espiritismo é a Inteligência Suprema causa primária de todas as coisas.
Por isso o Espiritismo não tem ídolos, nem paramentos ou qualquer tipo de ritualismo.

2º Não usar o Santo Nome de Deus em vão.

Quando nos dirigimos a Deus devemos fazê-lo da maior humildade, pois não são as promessas labiais que nos salvarão, mas a completa obediência dos Seus mandamentos.

3º Santificar os Domingos e festas de guarda.

Santificar (sábado/domingo/dias de festas) o dia não é fazer dele uma idolatria, pois Jesus já nos ensinava que o "sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado". Quer dizer que devemos prestar homenagem, reverência a Deus, mas não precisa ser exclusivamente no "sábado" ou "domingo" ou "dias santos".

4º Honrar pai e mãe

A dívida para com os nossos pais é impagável. Não podemos lhes retribuir a nossa própria vida. Por isso, devemos respeitá-los e dar-lhes toda a nossa atenção. Não importa se são bons ou maus. A ingratidão dos filhos para com os pais não tem fundamento lógico; será que estaríamos escrevendo (ouvindo) estas palavras se eles não nos tivessem dado a oportunidade da reencarnação?

5º Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo)

O ser humano não tem o direito de tirar a vida de quem quer que seja, pois ela pertence ao Criador. Aliás, não somos donos nem do nosso próprio corpo, que é um empréstimo de Deus para que possamos desempenhar as nossas funções aqui na Terra.

6º Guardar castidade nas palavras e nas obras

Jesus já nos alertava sobre o pecado pelo pensamento, pois tudo começa com uma simples ideia.

7º Não furtar

Há diversos tipos de roubo: de dinheiro, de coisas, de objetos. Há, também, os roubos de tempo, do sossego e da quietude do próximo.

8º Não levantar falsos testemunhos

Cada um de nós pode ser o próximo que está recebendo falso testemunho. Será que gostaríamos que isso acontecesse conosco?

9º Guardar castidade nos pensamentos e desejos

Educar o pensamento e os sentimentos é o ponto chave.

10º Não cobiçar as coisas alheias

A inveja é o maior dos males. Jesus ensinou-nos de que devemos ser nós mesmos. Ele dizia: "Sê tu mesmo, desenvolva a tua personalidade". Sigamos o nosso caminho.
O que iremos ganhar andando pelo caminho traçado pelos outros?

Como compreender a proposta "triangular" do amor: a Deus, ao próximo, a si mesmo?

Quem ama o próximo, deseja ao semelhante o que quer para si. É o reconhecimento da PATERNIDADE DIVINA, expandida na Fraternidade Universal.
O amor ao próximo é a ponte que liga a criatura ao Criador.






Intervenção dos espíritos no mundo corporéo

B) Intervenção dos Espíritos no mundo corpóreo


1) Os Espíritos influenciam nossa vida?


"Queiramos ou não, afetamos os outros e os outros nos afetam, pelo mecanismo das ideias criadas por nos mesmos".
Emmanuel enfatiza (no prefácio do livro Sinal Verde) nossa condição de aparelhos transmissores e receptores de ondas mentais; num mundo tão heterogênio que vivemos, essas ondas aparecem nas mais variadas frequências, de acordo com a equipagem evolutiva de cada um:

  • temos, muitas vezes, ao nosso lado uma multidão de Espíritos, que nos veem e conhecem os nossos pensamentos;
  • sua influência sobre nós, é maior do que podemos supor e muito frequentemente são eles que nos dirigem (L.E., 459)
Os pensamentos que nos são sugeridos (positivos/negativos), mas nós somos senhores de nossa vontade - as decisões que tomamos, segundo o livre-arbítrio, são de nossa responsabilidade.

Cabe a nós, examinar criteriosamente as "sugestões" que nos vêm à mente, pois podem ser de um bom Espírito ou de um Espírito menos evoluído; a diferença é que "os bons Espíritos não aconselham senão o bem". (L.E., 464)

2) De que forma os Espíritos podem nos causar algum mal?

O problema de ter um bom ou um mau Espírito a nos influenciar é questão de atração e sintonia, ou seja, o Espírito inferior só pode nos causar algum mal porque nós o atraímos pelos nossos desejos ou pelos nossos pensamentos.
 (L.E., 471)
"Sua presença costuma nos causar um sentimento de angústia, de ansiedade indefinível ou de satisfação interior sem causa conhecida".

3) Como podemos fazer para neutralizar a influência desses Espíritos inferiores?

Atraindo os bons, pela prática do BEM e pela confiança em DEUS. Não há antidoto mais eficaz. 

JESUS, recomendou-nos pedir: "Senhor, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal".

4) O que são as nossas tentações?

Jesus sabia que as tentações estão no íntimo de cada um e que nós só deixaríamos de sucumbir a elas através da PRECE que brotasse no nosso coração, com sinceridade e fervor;

  • as tentações que abrigamos no mundo psíquico são o mal que ainda não conseguimos eliminar;
  • são nossos hábitos, vícios, concepções errôneas, que muitas vezes nos fazem agir em sentido contrário ao que gostaríamos.
A consciência dessa realidade levou o Apóstolo Paulo a proferir:

"Porque o que faço não o aprovo, pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim". (Romanos 7:15-17)

Este é um grande dilema que tirava a paz de Paulo e tem tirado a nossa também porque sabemos quais são os propósitos do Senhor para as nossas vidas, entendemos que a não observação dos mandamentos do Pai irá atrasar o cumprimento de suas promessas maravilhosas, temos convicção que o fazer o bem e o que é certo está completamente de acordo com a Palavra de Cristo.
Aprendemos também que nossos olhos, pensamentos, ações, atitudes, palavras, etc dizem muito quem somos.

Então por que sabedores que somos de todas estas verdades insistimos em fazer exatamente o contrário? 
O motivo deste dilema é que ainda somos dominados por pensamentos que rebaixam nosso padrão vibratório, e estes são elos que ligam nossos pensamentos aos dos Espíritos que se encontram nessa faixa inferior de vibrações através de muitos atos da vida cotidiana: posturas, gestos, palavras, leituras, ideias, convivência, etc, que acabam caindo na área de influência dessa categoria de Espíritos, moldando nossa conduta, sem que o percebamos, visto que o envolvimento é extremamente sutil e os Espíritos não só se aproveitam das circunstâncias para induzir-nos ao mal; eles também as provocam, algumas vezes, encaminhando-nos para o objeto do nosso interesse, isto é, por situações em que somos tentados a agir contra a lei natural ou contra os princípios éticos e morais que deveríamos respeitar, pois sabem que somos influenciáveis e passíveis de queda.

terça-feira, 28 de março de 2017

O que devemos fazer nesta encarnação?

O que devemos fazer nesta encarnação?

  • Devemos lutar, trabalhar, estudar, amar a vida até o último instante;
  • Empregar utilmente todos os nossos momentos;
  • Não desprezar nada que possa enobrecer nosso caráter;
  • Aplicarmo-nos o mais possível ao bem de nossos semelhantes e a realizações dignas;
  • Desfazer ódios e inimizades;
  • Aproveitarmos todas as oportunidades para corrigir tudo quanto notarmos que fizemos errado nos anos anteriores;
  • E, sobretudo começar a desapegarmo-nos das coisas terrenas, uma vez que não podemos levá-las conosco.
É preciso que saibamos que nossa tranquilidade no Além dependerá, exclusivamente, de como estamos empregando anos de vida na Terra.

O Livre-arbítrio na reencarnação

  • à medida que o espírito se esclarece, despe-se da ignorância e aprende a pensar por si mesmo, vai usando cada vez mais o seu livre-arbítrio;
  • os espíritos "adiantados" usam plenamente de seu livre-arbítrio, porque sabem respeitar as Leis Divinas;
  • os espíritos "atrasados" têm o seu livre-arbítrio controlado até certo ponto por seus superiores espirituais;
  • os espíritos que se reencarnam compulsoriamente não usam de seu livre-arbítrio; suas reencarnações são preparadas poe seus superiores de acordo com suas necessidades.
No estado de desencarnados

  • usamos nosso livre-arbítrio no preparo dos planos de nossa futura reencarnação;
  • recebemos a supervisão e a cooperação de espíritos mais adiantados do que nós, os quais nos auxiliam com sua experiência;
  • damos um balanço em nossas reencarnações passadas; vemos o que foi e o que não foi realizado;
  • inteiramo-nos das obrigações que ainda nos faltam cumprir;
  • cientificamo-nos dos erros que precisamos corrigir;
  • percebemos as nossas faculdades morais e intelectuais que ainda estão por desenvolver.
De posse destes elementos, estamos aptos a traçar o plano de nossa próxima vida na Terra.

Sabemos então, de antemão, o que nos aguarda na Terra, isto é, conhecemos nosso futuro?

Sim. É natural que, ao planejarmos nossa reencarnação, saibamos como ela se desenvolverá em linhas gerais; e quando entramos no corpo terreno, esquecemo-nos do que combinamos.
Esse desconhecimento do futuro, encarnados, nos traz duas grandes vantagens.

1ª) Caso soubéssemos que o futuro nos seria adverso, não teríamos coragem para nada e gastaríamos o tempo em lamentações;
2ª) E no caso de nos ser ele próspero, cruzaríamos os braços e esperaríamos que ele chegasse.

E onde estaria o PROGRESSO de nosso espírito? Como cumpriríamos nossos deveres de aprendizado, de elevação e de reparação?

A lembrança do passado, o conhecimento do futuro seria carga pesada demais para nós.

Uma vez reencarnados, a execução do plano depende de nossa vontade; sempre que agirmos mal é sinal evidente de que nos estamos desviando do plano traçado na espiritualidade, porque jamais se formulam planos cujo intento seja o mal.

Sugestão de leitura complementar: "Causas induzem ao mal" no livro: O Espiritismo Aplicado, pág. 32